10 de dezembro de 2008

tempo...

´neurônios fora da área de cobertura ou desligados..´

17 de novembro de 2008

A lua anda pela metade, meio cheia, meio vazia, anda até nova, meio desaparecida, pouco brilho. Por que só por um breve momento ela é cheia? Sorte do sol que tá sempre ligado na tomada, sempre iluminando por aí, não dando nem bola que quando ele faz o espetáculo dele, a platéia toda está sempre dormindo.

14 de novembro de 2008

Hoje eu quis brincar de ter ciumes de você...
e continuo.

26 de outubro de 2008

Deixo-te sonhando em meio sublime desejos venenosos de minhas vontades. Em meu sabor vive as lembranças perdidas e os pensamentos que nunca se perdem. Compartilho contigo parte das dores encontradas no meu ser. Lê-se: salve-me. Todo dia sou mordida por mim mesma, me deliciando na agonia constante.


*achados e perdidos
talvez se nós tivéssemos conversado mais, ou eu ter falado menos... queria ter gritado mais, isso sim, mas tu continuarias a me escutar menos, tua dor era demais e a minha: calada.
talvez se eu tivesse pensado mais, mas minha insegurança era de menos e de ti só pensava amor. se eu tivesse corrido ao teu alcance e não à minha solidão, talvez estivéssemos juntos agora e eu não estaria escrevendo para mim, relembrando sempre nossos momentos.
talvez se tivéssemos vivido mais e chorado menos, eu não diria ao meu novo homem para trocar de assunto quando me diz: "não te largarei jamais" - um dia eu vou embora, todos sabem, e meu beijo de despedida deveria ser em ti.
chega um momento que me faltam as palavras, não sei se escrevo aqui ou se falo para ti.
talvez se eu tivesse dito mais e não ter largado da tua mão, eu não continuaria com essa sensação: inacabada.
hoje eu caminho olhando para o chão e o que me rodeia... não são mais as mesmas coisas, muito menos novas, talvez... simplesmente, não existam.

15 de outubro de 2008

Quando somos jovens, a nossa única certeza é de que quando acabarem as férias, nosso ano letivo na escola começará - e como é um pesar pensar nisso. Bom, encontro-me no meu último ano e sei que depois de festejar muito na minha formatura, terei minha última responsabilidade para iniciar todas as outras. Vejo que esse tempo que passa tão rápido para acabar e o que demora a começar, é o mesmo, no entanto muito diferentes. Em meio de tantas coisas na cabeça, continuo a trancar no que mais me corrói, aquele que eu digo "quem?", mas que a imagem não precisa legenda. Somos nós, ali, sorrindo. Já diria Martha Medeiros que o ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal a cor do amor, pois não há sentimentos tão próximos como esses, os que eu sinto por esta saudade que de tão salgada, suga todo meu líquido deixando-me com aspecto de seca ao olhar-me no espelho. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada. Nada - no que estás pensando? - nada. Nada? Não paro nunca de pensar. Porém, se eu contar até meus pensamentos, por mais terroristas que eles sejam, o que sobra para mim de mim?

22 de setembro de 2008

Era uma vez...

Fico quieta, escuto e decifro-me. Penso, aonde piso? Tropeço nesse fio de nylon que me rodeia e acabo me enrolando feito gato com novelo de lã. Aqueles pequenos nózinhos que deixamos para trás - ninguém os verá. Porém, esquecemos que os sentimos. Nesta vida que anda por um triz me questiono, criança, para onde irão as coisas que vão embora? Sou flor ressecada, palavras no papel, teu pensamento? Tenho palavras guardadas, duras, ardidas. Ecoam e vazam pelos meus olhos gritando e suplicando. Mas dizem que devemos ser como folhas em branco esperando as pinceladas, assim retoco a tintura do meu rosto. Caminho na rua, o sol na cara me lembra que ainda há vida, há cores. Aquelas mesmas cores do teu tempo, amor. Tu que não sai dos meus textos, que toma tantas formas durante o dia - flores, músicas, poesias. Lembro da noite que nadei em teus olhos e tudo que queria era me afogar para ali permanecer. Há erros em tornar tudo um livro de romance? Não me importo, estou gostando...
O desfecho? E assim viveram felizes para sempre...

31 de agosto de 2008

11 de agosto de 2008

Vira e mexe
arranjo novas dores
piercings, tatuagens...
para esquecer velhos amores.
Sento no meu jardim
acendo um cigarro
esqueço tudo em mim.
Só não esqueço de ti
minha melhor parte
que parece pau de enchente
qualquer obstáculo já prende.
Te deixei escoar
por dentre meus dedos
cansados de esperar
esse tempo que mede valores
do meu amor e do meu sonhar.
Sabe, ursinho, tu mesmo disseste
“ninguém sabe do futuro”
pois bem,
te digo que nem tu soubeste
esperar por esta velha encrenca
notar teu valor.
Sei que três é sempre demais
contigo era demais amor
demais paixão.
Ensinaste-me a não ter vergonha de ser
e contigo aprendi a crescer.
Hoje a lua me ilumina
e tudo que eu queria
era te ter na minha.
Com essa minha dureza
acabei somente com a magreza
do sono, da fome, da atenção.
Só sigo teus passos
e me digo “não”
“não pensa, não liga, não queira”
não esqueça,
não esqueço.
Pra mim não teve fim
peraí, não era pra ser assim?
Já é outro cigarro que se vai
e tu, das minhas linhas, não sai.
A distância é pouca
tua da minha boca.
Amor não tem tempo...
Não se mede por fita métrica.
Esse vento congela minhas mãos
mas não mais meu coração
que espera o teu para bater
e parou
desde o último entardecer.

4 de agosto de 2008

Vasculho coisas antigas, procurando não sei o quê... Sei que acho coisas que nem sabia que havia as escrito. Não sei se me decepciono ou tento lembrar porquê de tê-las escrito.


*
Transformo-me em um caderno de prosa e poesia e desafio alguém a ler. Desafio ou peço? Quem se canditaria - nem eu sei mais. Minha mão está suja de maquiagem borrada, negra, profundo desfarce. Batom vermelho, boca de sangue. Mordo os lábios, passará a dor?

1 de julho de 2008

“ Os opostos se distraem e os dispostos se atraem.”

Foi exatamente assim, eu estava parado no ponto de ônibus esperando, esperando – o que sempre fiz na vida – esperando. O vento era forte e a claridade ia e vinha apesar de quente e úmido. Observava os pés das pessoas enquanto sentado permanecia no banco com propaganda de pasta dental. Foi então que ela passou, seu perfume era de lírios, sua pele clara como porcelana e boca rosada como boneca. Cabelos morenos do mesmo tom de verde dos olhos – contraste perfeito. All Star nos pés e postura de moleca esperando (também) amadurecer e florescer. Tão mulher para jeito tão menina. Estilo de quem nasceu em silêncio, sem chorar, abriu os olhos e perguntou-se: “que mundo é esse?”. E assim foi passando e eu observando. Os cabelos se movimentando, seu cheiro desaparecendo e eu esperando o quê? Que ela me notasse? Cara pacato da cidade, do mundo, mais um. Por mais que agora ainda fosse apenas mais um, ali tinha visto algo, alguém que fizera meu coração seguir o ritmo dos seus passos e pararia ao não ouví-los mais. Não corri atrás dela para me apresentar. O que iria dizer? O que iria pensar de mim? Que não pensasse nada. Permaneci esperando. Esperando o ônibus, o sol voltar e ela se afastar para eu poder voltar a respirar. Os dias passaram e sempre a mesma coisa. Aquele cheiro não saía da minha da minha mente. Me enlouquecia. Tanto quanto o jeito irreverente que caminhava. Não me segurei, “oi” eu disse. Me olhou com olhos arregalados como eu nunca tinha imaginado, ou sonhado. “Oi” respondeu. Engraçado a rapidez de como aquelas bochechas ficaram rosadas de vergonha, um pouco mais que sua boca que ela umidecia com a língua. “Te vejo às vezes aqui, passando, queria saber se gostarias de tomar um café um dia desses...” Ai, uma onda de calor tomou meu corpo, seria vergonha? Ou finalmente uma sensação de coragem? “Achei que nunca ias me convidar”. A forma que sorriu iluminou o seu rosto. E me ensinou a nunca mais fazer o destino esperar.

16 de junho de 2008

Bilhetinho "resposta"

Amo cada palavra e cada suspiro
Quando me tocas, eu me reviro
Escreveste, pra mim, uma carta
Que de tantas palavras lindas
Parece meio ingrata
Não reclamo, não, meu amor
Vejo e entendo a tua dor
Mas não faça do nosso presente, passado
E do nosso futuro, acabado
De minutos em minutos fazemos o nosso dia
O planeta dá uma volta e é mais um que radia
Sinto na pele o vento gelado
E já esqueço com teu beijo roubado
Vem comigo, pro meu Mundo
Meu ursinho, mergulha mais fundo
Se precisares de ar, segura minha mão
E na outra te entrego meu coração.

11 de junho de 2008

00:42

Resolvi um dia perguntar à Lua se o mundo realmente tem algo a mais. Disse ela - após minutos de pensamentos - que tudo depende do modo, lado e sentimento que olhamos. Perguntei-a como não se sentia sozinha no topo do mundo, na escuridão... Disse-me ela: "Ó minha amiga, te sentirias só sendo iluminada pelo teu amor?"

9 de junho de 2008

De volta a 2ª série

Hoje decidi falar um pouco mais de mim, mas não pense que é tão fácil assim. Tudo em mim tem um pouco de ti só não quero entrar em limites pra não ter que discutir. Não gosto muito de estudar, mas se for por ti posso até tentar, querendo sempre saber mais pra te impressionar, para ver teus olhinhos brilhando com as bobagens que sei contar. Sou de esquerda, só não te esquenta, porque política não é meu forte, serve só de suporte. Minha força vem da noite e a tua vem de onde? To me esforçando à beça, não te apressa. Calma aí, senta aqui. Sobre comidas não gosto muito de queijo, prefiro teu beijo - gostinho de mel. Já te falei que gosto de ler? Poesias, poemas e teus olhos. Só não te acha, senão tu me racha. Acho que fico por aqui, mais informações vem comigo pro meu abrigo. Não é querer me gabar, mas agora sei até rimar.

17 de maio de 2008

A beleza está
nos olhos de quem a vê
e eu
não me canso
nunca
de te olhar.

23 de abril de 2008

M

Já diria a propaganda: "era uma vez uma boca que se apaixonou por uma orelha...". Mas desta vez foi diferente, não foi escutando nada, nem por comunicação vocálica. Foi um par de olhos que procurando não achar, acabou achando outros - transbordando alegria. Uma alegria vivaz de criança arteira. Aqueles olhos sempre tão curiosos continuaram procurando novas coisas a conhecer - acharam a boca. Sorriso contagiante, seguida de um risinho envergonhado e então lábios sérios. Seu rosto exalava histórias, segredos. Mas seus sentimentos, não! Estes ficavam escondidos. Por baixo daquele menino existia tanta vergonha disfarçada em risadas. A dona dos olhos que não fica muito pra trás em termos de curiosidade...
Ah! Eu fui descobrir...

5 de abril de 2008

revendo assim rapidamente
nossa história inacabada
fica um mal-estar
uma coisa meio deprimente
parece que nada aconteceu
de importante
e no entanto foi bom pra nós dois
e antes do depois teve muito durante


MEDEIROS; Martha

27 de março de 2008

Quem paga mais?

Julgo o mundo e não tenho medições para palavras. Vocabulário não é meu forte, deixo no pouco que sei a in-tensão das idéias, votando para uma sociedade que não tem medo de ir atrás da sua liberdade com pedras nas mãos - anos 80 e Strawberry Fields Forever. De onde eu observo tudo, cada coisa tem seu ritmo - o caminhar, a risada. Nasci em um corpo rodeado por avanços tecnológicos e retrocessão mental - boca calada ganha dinheiro, numa sociedade que visa o medo e cada vez mais o distanciamente do próximo. Carrego palavras escritas em minha pele, música na cabeça, poesia no pensar. Não tenho vergonha de ser curiosa, quem disse primeiro que era defeito? Tirem-me tudo, mas não me tirem o orgulho.
Quem compraria? Será que um brechó?

15 de março de 2008

Descia a rua como sempre fazia, rua de areia - barulhenta. Descia a rua, como sempre fazia olhando pros pés - desviando buracos. Descia, a rua como sempre fazia sozinha - com a música. O que fez eu desviar o olhar, não lembro. Vi teu nome escrito na parede em vermelho e o meu ao lado, invisível. Tropecei numa pedra.
E ri da vida.

10 de janeiro de 2008

Carta a um estranho

Olá Pequeno Príncipe, quanto tempo que não nos falamos, não é? Escrevo-te de nariz empinado e cabeça erguida para esclarecermos fatos. Tu e esta tua coroa de sucata que carregas na cabeça, muito orgulhoso vivendo em meio de tanta mediocridade. Carrega este cetro que decide situações inúteis e ordena corações. Teu caminho ao poder foi suado, nadando rios de críticas e noites cheias de verdade, dói não? E mesmo taxado de “merdinha” em frente ao espelho continuaste cumprindo suas meias promessas e enfeitiçando a mente de teus ouvintes. Mas, meu querido, de que adianta esquecer da maneira que conseguiste chegar ao trono? Cada degrau que, literalmente, te colocou pra cima e o jeito que o fez... Esclareço-te, como sempre, que a Rainha de Copas te tem em seu coração até ser posta para fazer par com o Rei de Espadas – ele a protege muito mais. E aí, meu pequeno, desabas do sétimo andar – de novo? Não utilizastes olhos de sapos, língua de boi ou pó mágico para fazer tuas poções e (me) encantar. Utilizaste do mau pior de uma mulher – o Romantismo. E disto, amorzinho, eu sinto falta. De como fazias meu mundo virar de cabeça pra baixo em um olhar – ás vezes nem necessário. Sendo romântico do jeito mais clichê e mais único existente. Fui tua, de corpo, alma e pensamento. Fui tua para receber teu toque mais suave em minha pele e foste meu para cravar minhas unhas e não te deixar partir. Deixei brincares comigo fingindo que nada acontecia – tanto pra mim quanto pra outros. Queria-te preso naquela sala, naquele sofá, durante dias, uma vida, cuidando do meu dedo machucado, tomando uma cerveja e rindo dos que àquele mundo não pertenciam. Mas te informo hoje que não existe outro mundo, caro amigo, existe somente o real e por ele já se sofreu muito para que exista outro, mesmo que diferente. Este o qual eu pertenço? É o mais perto que tenho para chegar perto de ti, poetinha, divagando pensamentos e vivendo lembranças perdidas. E ele existe somente por um dia, somente por hoje. Sustentado pela força que exerço na caneta que agora se transforma em palavras numa carta que nunca vai ser lida. Por isso, vossa excelência, anote isso em vermelho, não importa o quão feliz estás assumindo o trono do coração dela, eu te escutei quando eras um simples vendedor de peixe trocando comida por atenção. Não se sobrevive de amor e tenho que me encaminhar para a escola. Sou grata por teres me ensinado a amar desta maneira – colorida. Mas odeio-te cada dia que passa por não encontrar figurinha se quer parecida contigo no jogo de colação no meu álbum. Destino desta carta: a direção do vento que cantarolando músicas de amor a trará de volta para mim pensando no bem de todos...

Até mais,

Atenciosamente,

Sinceridade

7 de janeiro de 2008

Meu celular tinha estragado e por boa parte do tempo fiquei com outro totalmente diferente. Quando o meu original voltou do conserto comecei a mexer em configurações. Naturalmente mensagens antigas, músicas e fotos haviam sido apagadas. Fui colocando o toque de novo, o despertador - que eu sou traumatizada com o barulho original, ter que acordar cedo, sabe? - o barulho da mensagem... Um único conjuto de bip's que me fazem lembrar tanta coisa do passado. Como um cheiro, um barulho, uma música trazem tantas lembranças? O humano tem a sorte da memória, mas seria mesmo uma sorte? Pré-destinado a lembrar 'eternamente' de acontecimentos felizes - ou não. A música da propaganda do Mercado Livre - que simples, que complicado. "Luana, o que fizeram contigo?" Não sei, não sei. Mas tive vontade de colocar aquele barulho da mensagem de novo, coloquei. Mas não adiantava mais, o conteúdo das mensagens havia mudado. Por que eu me apego tanto as coisas? Ainda tenho papéis de Sonho de Valsa guardados, junto com tampinas de Cocas, pulseiras, cartas e maços de cigarro. O engraçado é que estão todos juntos, no fundo da gaveta e eu não tenho coragem nem de mexer. Nem o poder de fazer parar o tempo e não permitir que o mofo desse clima úmido destrua as memórias de uma história escrita no Passado Quase que Perfeito destinando um Futuro do Pretérito.