9 de outubro de 2012

Eu gosto de tempos de chuvas - às vezes falo baixinho pras pessoas não escutarem e não me chamarem de louca. Que loucura boa, essa minha, eu penso. Dias que parecem mais silenciosos e mais calmos. Cores e temperaturas amenas. Detalhes. Gosto de olhar a chuva pela janela, de fazer corrida entre os pingos que deslizam no vidro. Parece que nesse mau tempo meu coração se identifica, e se aqueta.

5 de outubro de 2012

2:23 am

Nós somos criaturas misteriosas, não somos? Ao mesmo tempo que amamos com todo o nosso coração e alma, ainda sobra um tempo para nos incomodarmos. Gastamos nosso tempo e nossos momentos com caras feias e no fim do dia nos deparamos com uma angustia dentro do peito de quem poderia fazer mais. Não sei, não sei como dizer não para minhas caras feias e amenizar esse aperto no peito que faz algumas lágrimas decolarem. Fazemos nossos máximos e colocamos isso na nossa cabeça para que ao entardecer possamos descansar os ombros em uma cama com travesseiros macios, mas isso não é bem verdade, é? Nós podemos fazer muito mais. Mas porquê? Por que não engolir tudo isso? 

Te vejo deitado enquanto minha cabeça gira e gira, e passa por memórias nostálgicas mas que páro e penso que não trocaria nada do que tenho por outra época. Tenho sempre essa estranha mania de manter o coração desassossegado e tentar achar uma fresta que entre algum risco de luz nessas rachaduras nas paredes, mas a grande verdade é que eu gosto do escuro. Gosto do nosso toque de olhos fechados e da minha boca ao encostar na tua. 

Eu peço desculpa por ser essa inconstância toda, por não saber lidar, por ser tão indecisa. Eu tenho esse medo tão grande de passar uma vida em branco, de construir todo o meu castelo em cima de um monte de areia fofa e que o vento vai carregá-lo daqui. 

Tá vendo aquelas estrelas? São as mesmas que eu vejo. Fica aqui do meu lado, não me abandona.