26 de outubro de 2008

Deixo-te sonhando em meio sublime desejos venenosos de minhas vontades. Em meu sabor vive as lembranças perdidas e os pensamentos que nunca se perdem. Compartilho contigo parte das dores encontradas no meu ser. Lê-se: salve-me. Todo dia sou mordida por mim mesma, me deliciando na agonia constante.


*achados e perdidos
talvez se nós tivéssemos conversado mais, ou eu ter falado menos... queria ter gritado mais, isso sim, mas tu continuarias a me escutar menos, tua dor era demais e a minha: calada.
talvez se eu tivesse pensado mais, mas minha insegurança era de menos e de ti só pensava amor. se eu tivesse corrido ao teu alcance e não à minha solidão, talvez estivéssemos juntos agora e eu não estaria escrevendo para mim, relembrando sempre nossos momentos.
talvez se tivéssemos vivido mais e chorado menos, eu não diria ao meu novo homem para trocar de assunto quando me diz: "não te largarei jamais" - um dia eu vou embora, todos sabem, e meu beijo de despedida deveria ser em ti.
chega um momento que me faltam as palavras, não sei se escrevo aqui ou se falo para ti.
talvez se eu tivesse dito mais e não ter largado da tua mão, eu não continuaria com essa sensação: inacabada.
hoje eu caminho olhando para o chão e o que me rodeia... não são mais as mesmas coisas, muito menos novas, talvez... simplesmente, não existam.

15 de outubro de 2008

Quando somos jovens, a nossa única certeza é de que quando acabarem as férias, nosso ano letivo na escola começará - e como é um pesar pensar nisso. Bom, encontro-me no meu último ano e sei que depois de festejar muito na minha formatura, terei minha última responsabilidade para iniciar todas as outras. Vejo que esse tempo que passa tão rápido para acabar e o que demora a começar, é o mesmo, no entanto muito diferentes. Em meio de tantas coisas na cabeça, continuo a trancar no que mais me corrói, aquele que eu digo "quem?", mas que a imagem não precisa legenda. Somos nós, ali, sorrindo. Já diria Martha Medeiros que o ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal a cor do amor, pois não há sentimentos tão próximos como esses, os que eu sinto por esta saudade que de tão salgada, suga todo meu líquido deixando-me com aspecto de seca ao olhar-me no espelho. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada. Nada - no que estás pensando? - nada. Nada? Não paro nunca de pensar. Porém, se eu contar até meus pensamentos, por mais terroristas que eles sejam, o que sobra para mim de mim?