31 de agosto de 2008

11 de agosto de 2008

Vira e mexe
arranjo novas dores
piercings, tatuagens...
para esquecer velhos amores.
Sento no meu jardim
acendo um cigarro
esqueço tudo em mim.
Só não esqueço de ti
minha melhor parte
que parece pau de enchente
qualquer obstáculo já prende.
Te deixei escoar
por dentre meus dedos
cansados de esperar
esse tempo que mede valores
do meu amor e do meu sonhar.
Sabe, ursinho, tu mesmo disseste
“ninguém sabe do futuro”
pois bem,
te digo que nem tu soubeste
esperar por esta velha encrenca
notar teu valor.
Sei que três é sempre demais
contigo era demais amor
demais paixão.
Ensinaste-me a não ter vergonha de ser
e contigo aprendi a crescer.
Hoje a lua me ilumina
e tudo que eu queria
era te ter na minha.
Com essa minha dureza
acabei somente com a magreza
do sono, da fome, da atenção.
Só sigo teus passos
e me digo “não”
“não pensa, não liga, não queira”
não esqueça,
não esqueço.
Pra mim não teve fim
peraí, não era pra ser assim?
Já é outro cigarro que se vai
e tu, das minhas linhas, não sai.
A distância é pouca
tua da minha boca.
Amor não tem tempo...
Não se mede por fita métrica.
Esse vento congela minhas mãos
mas não mais meu coração
que espera o teu para bater
e parou
desde o último entardecer.

4 de agosto de 2008

Vasculho coisas antigas, procurando não sei o quê... Sei que acho coisas que nem sabia que havia as escrito. Não sei se me decepciono ou tento lembrar porquê de tê-las escrito.


*
Transformo-me em um caderno de prosa e poesia e desafio alguém a ler. Desafio ou peço? Quem se canditaria - nem eu sei mais. Minha mão está suja de maquiagem borrada, negra, profundo desfarce. Batom vermelho, boca de sangue. Mordo os lábios, passará a dor?