27 de junho de 2011

"Tenho pena de tudo quanto lida 
Neste mundo, de tudo quanto sente, 
Daquele a quem mentiram, de quem mente, 
Dos que andam pés descalços pela vida, 

Da rocha altiva, sobre o monte erguida, 
Olhando os céus ignotos frente a frente, 
Dos que não são iguais à outra gente, 
E dos que se ensangüentam na subida! 

Tenho pena de mim... pena de ti... 
De não beijar o riso duma estrela... 
Pena dessa má hora em que nasci... 

De não ter asas para ir ver o céu... 
De não ser Esta... a Outra... e mais Aquela... 
De ter vivido e não ter sido Eu... 
"
Eu me tinha como a pessoa mais simples do mundo. Mas assim como todos quando se olham em um espelho e enxergam uma imagem distorcida da própria - é a conclusão que eu chego: eu não me conheço. Me surpreendo a cada decisão que eu tomo, cada passo errado que dou e vivo me dizendo: chega chega chega! Não sei o que quero da vida, não sei quem quero, não sei não sei não sei. Afasto pessoas que gosto, não gosto quando pessoas se afastam e quanto a isso, mais uma vez, eu não sei o que fazer. Tenho a verdade na palma da mão e amores nas pontas dos dedos, e observo com a minha pipoca o efeito apocalíptico de que eles escorrem e se esvaem. Sei do tamanho dos meus sentimentos, sei do espinho que me machuca e igualmente não tenho certeza. Pareço criança pequena às vezes. Amo todos os meus problemas e os odeio com todo o meu âmago. Eu não sou a pessoa mais simples do mundo, eu sou humana.