13 de abril de 2010

Nos vi lado a lado, mas quando percebi estávamos na direção contrária e o sinal era vermelho.

11 de abril de 2010

Se não te procuro é porque existe um muro crescendo entre minhas mãos
Existe a falta de um chão um vão perdão perdão perdão
Se não nos falamos mais é porque sou medrosa demais preguiçosa demais culpada demais
Se não nos vemos talvez seja porque pertencemos a outros mundos fundos imundos oriundos de outras eras
Se não cruzamos nossas esferas ou não entrelaçamos nossos sentidos nem por isso não partimos parimos as mesmas quimeras
Se nossos olhos já não focam as mesmas imagens nem por isso deixamos de amar as mesmas paisagens, países, viagens
Se não te procuro é porque criei um furo que esvazia a minha vontade.
Mas de que adianta fazer alarde se é tarde é tarde é tarde.”


Paula Taitelbaum

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“Te explica, Marina.”

Tanto falei esta frase. E mesmo assim não te compreendia. Teu olhar clássico, que nem dizia a tua vó “com nuvens nos olhos”. Tu me perguntas o que sinto e te digo que não sinto mais nada. Falas em futuro, em amor. Eu entendo confusão. Um deslize e um não. Te disse que eu sempre seria verdadeiro e enquanto estivesse longe te escreveria todos os dias e mandaria todo meu amor para ti. Aos poucos as cartas começaram a voltar e os telefones pararam de tocar. Agora temos essa greve de silêncio, de verdade. Entre frases com dedicatórias desconhecidas fica meu adeus, se vai meu coração.