22 de setembro de 2008

Era uma vez...

Fico quieta, escuto e decifro-me. Penso, aonde piso? Tropeço nesse fio de nylon que me rodeia e acabo me enrolando feito gato com novelo de lã. Aqueles pequenos nózinhos que deixamos para trás - ninguém os verá. Porém, esquecemos que os sentimos. Nesta vida que anda por um triz me questiono, criança, para onde irão as coisas que vão embora? Sou flor ressecada, palavras no papel, teu pensamento? Tenho palavras guardadas, duras, ardidas. Ecoam e vazam pelos meus olhos gritando e suplicando. Mas dizem que devemos ser como folhas em branco esperando as pinceladas, assim retoco a tintura do meu rosto. Caminho na rua, o sol na cara me lembra que ainda há vida, há cores. Aquelas mesmas cores do teu tempo, amor. Tu que não sai dos meus textos, que toma tantas formas durante o dia - flores, músicas, poesias. Lembro da noite que nadei em teus olhos e tudo que queria era me afogar para ali permanecer. Há erros em tornar tudo um livro de romance? Não me importo, estou gostando...
O desfecho? E assim viveram felizes para sempre...