19 de novembro de 2007

Íris

Sentado nesta praia - que me parece tão familiar entre tantas maneiras - observo meus pés pairando sobre a areia branca em contraste de pureza e cansaço. Sigo a linha do horizonte e me deparo com o mar, sempre tão sozinho em meio da multidão de peixes e humanos, fazendo a ligação entre dois mundos que nunca deveriam se encontrar por motivos de belezas tão distintas. Sua solidão e suas lágrimas de diamante coincidem com meus pensamentos e minhas palavras de pseudo-escritor. Esta folha branca e repleta de esmo grita, chora por pinceladas de vida - meia vida, minha vida. Em meio ao conflito de histórias, sentimentos, desculpas que poderiam ser jogadas naquele livro sem fim, sou invadido por uma quebra de silêncio na bolha em que havia me posto mais uma vez. Olho para a direita e vejo aqueles pés retraindo-se na areia e subo mais um pouco descobrindo joelhos envergonhados escondendo-se atrás da barra do vestido azul-piscina que voava em harmonia com o vento - não mais cortante. Seu rosto? Enigmático. Mas seus olhos, ah seus olhos. Aquele par de olhos era capaz de nocautear o sol.

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