12 de julho de 2007

veja só, meu camarada...

A doce vida. Aquele dia que o tempo se perdeu e entre a volta para a casa e o sorriso que as lembranças da tarde traziam, veio a chuva para lavar a alma que te fazer correr, finalmente encontrando em casa o conforto, o bolo e o café. O momento que descobriste ao ver o pôr do sol que o futuro que tanto temes é somente o presente daqui um tempo. Volte a duvidar das coisas, a ser curioso. A descoberta aumenta horizontes e traz surpresas inesquecíveis. Volte a se questionar “O que estou fazendo aqui realmente?”. A olhar nos olhos, deixar marcar. Rir não rindo, como a época que usava aparelho fixo. Volte aos bons tempos da inocência.

Lembras daqueles olhos ao encontro do sol? Do cheiro de cigarro mentolado daquele quarto de luz plena; Do barulho que fazia ao comer pipoca no cinema enquanto o silêncio tomava conta dos que prestavam atenção no mocinho que ia dar seu primeiro beijo na mocinha; Ficção. Lembras de ler aquele livro que tanto querias comprar, de respirar a cada vírgula me lendo um trecho que falava de amor de uma maneira irônica e depois adormecer no sofá sem ao menos se importar com o relógio? De como ele era novo e agora ele está na sua estante, remendado com todo cuidado? Lembras das luzes coloridas que piscavam no parque de diversão enquanto o algodão doce era feito? Lembras daquele dia? Ah, aquele dia. Lembras? Aquele dia que esquecerias se não foste esta linha para te lembrar. Como não lembras?

Volte a guardar coisas. Guardar sentimentos, aquilo, amores, lembranças como asas de borboletas – com todo cuidado - dentro do caderno que é marcado com um versinho escrito a caneta azul desbotada. Armazene no coração essas coisas e coisas que somente cabe ao coração armazenar. Essa marca no seu joelho que um dia já foi uma ferida, que sangrou e ardeu, mas que agora é só mais uma cicatriz em meio de tantas outras. Tantas outras que te pertencem cada uma com sua particularidade. Não as esqueça, elas fazem parte do teu passado. Volte aos bons tempos de se machucar, se arriscar, de quebrar vasos com a bola de futebol. Volte aos bons tempos, e se tiveres sorte, permaneça lá...

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